Já começou oficialmente o projeto de investigação-ação ICAVI, que vai avaliar a implementação e desenvolvimento do Centro de Apoio à Vida Independente da Associação Portuguesa de Neuromusculares (APN), numa parceria com o CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, a Escola Superior de Saúde Santa Maria (ESSSM) e a Caregivers Portugal – Associação Portuguesa de Cuidadores.

O arranque coincidiu com a primeira edição da Conferência internacional ICAVI “Modelos de Vida Independente”, que contou com a presença de várias personalidades, entre as quais o presidente do Instituto Nacional para a Reabilitação (INR) e um representante da European Network of Independent Living (ENIL).

“Trata-se de um projeto ambicioso, que está agora a arrancar e que irá decorrer ao longo de três anos. Estamos a contribuir para um novo paradigma de autonomia”, explica José Manuel Silva, investigador principal do projeto, além de investigador do CINTESIS e presidente do Conselho de Direção da ESSSM.

A equipa integra investigadores do CINTESIS, investigadores de instituições do Ensino Superior e profissionais de vários CAVI – Centros de Apoio à Vida Independente, a nível nacional. Através do serviço prestado por assistentes pessoais, os CAVI visam criar condições de autonomia a pessoas que até aqui estavam circunscritas às suas casas ou institucionalizadas, permitindo-lhes a concretização de objetivos pessoais e profissionais e a redução da sobrecarga física e emocional dos cuidadores informais.

O ICAVI vai estudar três áreas fundamentais: o modelo organizacional, os assistentes sociais e os utilizadores do serviço de assistência pessoal. O objetivo é “avaliar o desenvolvimento do CAVI desde o primeiro momento, de forma a produzir conhecimento sobre a sua concretização, contribuindo para uma melhor fundamentação das medidas de política geral relativas a esta área específica, bem como a projetos concretos de aprofundamento do modelo de apoio à vida independente.

De acordo com o investigador do CINTESIS/ESSSM e também presidente da Caregivers Portugal, associação criada em 2017, é também importante que haja um reconhecimento institucional da profissão de cuidador formal, o que permitiria tratar os profissionais desta área com outra dignidade e dar-lhes perspetivas de carreira, além de melhorar a qualidade dos cuidados prestados.