No CINTESIS, em outubro, o pequeno-almoço vai ser reforçado. Há pão, queijo, iogurte…e atum. A Ciência é que oferece, com o objetivo de conhecer os benefícios do atum enriquecido com ómega 3 na saúde cardiovascular.

Um grupo de investigadores do CINTESIS vai iniciar um estudo clínico que pretende avaliar, em adultos saudáveis, o efeito do consumo de atum enriquecido em ácidos gordos ómega 3 na saúde cardiovascular. O estudo integra-se num projeto inovador intitulado FUNCTIONALTUNA – desenvolvimento de conservas de atum funcionais, cujo objetivo final é criar uma “super-conserva” que, comprovadamente, proteja a saúde cardiovascular dos consumidores.

“Deparamo-nos frequentemente com embalagens que dizem ‘rico em ómega 3’. O que esta equipa pretende é testar, cientificamente, se o consumo de um alimento enriquecido com ómega 3 tem uma influência direta e mensurável nos indicadores da saúde cardiovascular das pessoas”, explica André Rosário, investigador do CINTESIS e membro da equipa responsável pelo ensaio clínico.

Ou seja, a equipa de investigação procura avaliar a biodisponibilidade (o grau com que uma substância é absorvida e se torna disponível no local de ação) dos ácidos gordos ómega 3 quando são ingeridos com o peixe em conserva.

Para isso, os investigadores do CINTESIS estão à procura de 30 voluntários saudáveis, entre os 18 e os 59 anos de idade, que estejam interessados em participar no ensaio.  Aos voluntários será pedido que visitem duas vezes a sede CINTESIS, no Porto, com duas semanas de intervalo. Aí, farão avaliações clínicas em jejum e, depois, serão convidados a tomar um pequeno-almoço reforçado, com pão, iogurte, queijo e… atum. Numa das visitas, o atum será enriquecido com ácidos gordos ómega 3. Na outra, será atum normal.

“A avaliação dos marcadores de risco cardiovascular será realizada em jejum e durante as cinco horas após o consumo da refeição em estudo. Esses dados serão depois comparados e a eficácia da ingestão da conserva de atum rico em ómega 3 será aferida”, explicam os investigadores, sublinhando que a colaboração no projeto não implica a toma de qualquer medicamento e que as avaliações médicas (análises ao sangue, medição da pressão arterial…) são realizadas por profissionais de saúde experientes.

Os resultados deste estudo clínico vão esclarecer os consumidores e os profissionais de saúde sobre os reais efeitos na saúde do consumo de conservas de atum contendo óleo de peixe rico em ómega 3. A longo prazo, o projeto FUNCTIONALTUNA tem como objetivo o desenvolvimento de uma conserva de atum que contenha um conjunto de ingredientes funcionais  em quantidade suficiente para permitir uma resposta fisiológica na proteção cardiovascular, com a manutenção de níveis normais de triglicerídeos no sangue, permitindo a sua classificação como um alimento funcional.

Recorde-se que os ácidos gordos ómega 3 existentes no peixe gordo têm demonstrado eficácia na redução de triglicerídeos e na manutenção da pressão arterial. “Tratando-se de ácidos gordos essenciais, a suplementação de alimentos com ácidos gordos ómega 3 pode ser uma forma de contrariar a carência dos mesmos, podendo simultaneamente trazer benefícios para a população em geral”, explica o investigador do CINTESIS Luís Azevedo, responsável pelo projeto no CINTESIS e especialista na área dos ensaios clínicos.

Os interessados em participarem no estudo clínico podem inscrever-se via e-mail (ensaiosclinicos.cintesis@gmail.com ou cintesis@cintesis.eu) ou através do telefone 22 551 3622.