Uma investigação do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde alerta para a urgência na criação de ferramentas que permitam aplicar cuidados de enfermagem mais eficazes e eficientes na área do sono. As conclusões são apresentadas no Ciência 2018 – Encontro com a Ciência e a Tecnologia em Portugal, que se realiza entre os dias 2 e 4 de julho, em Lisboa.

O póster, intitulado “Modelo Clínico de Dados de Enfermagem: Sono”, será exibido durante os três dias do Encontro. O objetivo é a criação de um modelo clínico de dados na área do sono que garanta a qualidade das práticas ao nível do processo de diagnósticos e de intervenção de Enfermagem.

Os autores, entre os quais Carlos Sequeira, investigador principal do NursID, do CINTESIS, na Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP), analisaram os diagnósticos de enfermagem referentes ao sono e verificaram que a insónia é um dos mais frequentes (cerca de 15%), sendo igualmente referidos muitos casos de “padrão de sono perturbado” e de privação de sono (cerca de 9%).

Quanto às intervenções de enfermagem tendentes a minimizar a “verdadeira crise de privação do sono que afeta a saúde dos portugueses”, incluem, sobretudo, intervenções no sentido de “reduzir ruído noturno” (6,98%), “orientações sobre higiene do sono (5,81%), “reduzir luz noturna”, “utilizar exercícios de relaxamento” (4,65%), entre outros.

Uma outra conclusão está relacionada com a necessidade de sensibilizar as instituições de saúde para o contributo do sono na recuperação do estado de saúde das pessoas.

Dados de estudos anteriores indicam que quase dois terços dos portugueses dormem mal e acusam níveis elevados de sonolência diurna. Portugal é mesmo o país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) com maior consumo reportado de ansiolíticos, hipnóticos e sedativos.

O trabalho é assinado também por Ana Certo, enfermeira especialista em Enfermagem Comunitária, e por Agustin Muñoz, da Universidad Catolica San Antonio.