A FASTinov, empresa nascida no CINTESIS com a chancela U.Porto spin-off atribuída pela U.Porto Inovação, acaba de registar patente de uma tecnologia disruptiva que permite detetar resistências aos antibióticos em tempo recorde.

A patente já tinha sido aceite nos Estados Unidos da América e depois na Europa. Agora a empresa tem as portas abertas no Japão, um mercado altamente tecnológico e competitivo.

De acordo com a CSO da empresa, Cidália Pina-Vaz, “esta patente descreve um método novo e mais rápido para avaliar a suscetibilidade aos antibióticos, a partir de uma amostra de material biológico, como sangue ou urina. Os microrganismos são incubados durante uma hora com os antibióticos, sendo adicionada também uma substância fluorescente que vai revelar a lesão produzida. Em menos de duas horas, conseguimos reportar quais os antibióticos a que a bactéria é suscetível e, no caso de resistência, qual o mecanismo de resistência subjacente”.

O desenvolvimento desta nova tecnologia faz parte de um trabalho financiado com 2,6 milhões de euros pela Comissão Europeia, amplamente divulgado pelo seu caráter disruptivo. A atribuição da patente no Japão, que abrange o software e vários produtos biológicos, microrganismos e antibióticos, é mais um passo dado no sentido da internacionalização.

“Esta patente é muito abrangente, embora novas patentes estejam já submetidas”, afirma a responsável, que é também investigadora do CINTESIS e docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

A empresa avançará, entretanto, para a marcação CEE-IVD, que lhe vai permitir entrar no mercado já em meados do próximo ano. Esta marcação depende também de uma validação externa, em curso num Hospital de Madrid, em Espanha. O passo seguinte será a marcação pela Food and Drug Administration (FDA), que permitirá a comercialização do novo teste também nos EUA.

Estima-se que o mercado de testes de suscetibilidade aos antimicrobianos atinja os 3,5 mil milhões de dólares até 2020.

A FASTinov está atualmente sediada no UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto.