Guilhermina Rego é investigadora principal do grupo de investigação ManEthics, do CINTESIS, e Professora Auxiliar do Departamento de Medicina da Comunidade, Informação e Decisão em Saúde (MEDCIDS) da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Passou pela política, desembarcou recentemente na Administração dos Portos de Douro e Leixões (APDL), tem ocupado cargos de grande responsabilidade. Vai buscar energias à família, a sua grande paixão.

Nascida e criada no Porto, quis ser professora e médica, mas a Gestão de Empresas acabou por conquistar a sua preferência, para o que terá contribuído a proximidade familiar à área empresarial. Licenciada pela Universidade Portucalense, é Mestre em Finanças e Doutora em Ciências Empresariais pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto. É fundadora da Associação Portuguesa de Bioética e integra diversas associações científicas internacionais, nomeadamente a International Society on Priorities in Health Care. Publicou vários livros, com destaque para as obras “Prioridades na Saúde” e “Gestão Empresarial dos Serviços Públicos”.

A sua especialização na área da Saúde revela muito sobre as suas preocupações humanistas. “Tive, desde cedo, a perceção de que não poderíamos olhar para a área da Saúde como se calhar muitos olham ainda hoje, numa perspetiva exclusivamente económica”, afirma.

A política surgiu na sua vida em 2009, por convite de Rui Rio. Integrou o executivo da Câmara Municipal do Porto entre 2009-2013. A partir de 2013, já com Rui Moreira, aliou o cargo de vereadora ao de vice-presidente. “Quando aceitamos um desafio com princípios, transparência e seriedade, a política pode ser semelhante à investigação”, considera.

Em 2017, aceitou o convite para assumir a presidência da APDL. Fala com paixão do que faz atualmente, mas não deixa de exercer as suas funções de docente e de investigadora. “O pressuposto foi manter sempre o elo à docência e à investigação. Essa é a minha raiz e a Universidade do Porto é a minha casa”, justifica.

Ambição no próximo ano?

Na APDL há, neste momento, um conjunto de desafios importantes, que passam pela concretização de investimentos para continuar a garantir respostas e satisfazer o mercado mundial, indo ao encontro do que tem sido defendido, nomeadamente pela Sr.ª Ministra do Mar, Engª Ana Paula Vitorino, em termos de competitividade portuária.

Ambição a 10 anos?

Gostaria de voltar à minha investigação sobre a alteração dos princípios de gestão das unidades hospitalares e a transformação de grande parte dos hospitais do setor público administrativo em Hospitais S.A. e, depois, em Entidades Públicas Empresariais (EPE).

Volvidos estes anos, há variáveis que já têm um histórico suficiente para se perceber exatamente, de uma forma objetiva e desapaixonada, onde e como a mudança funcionou, o que melhorou e o que há para melhorar. Nós, investigadores, temos obrigação de fornecer resultados aos decisores.

Que vida para além da investigação?

Sou mãe, mulher, irmã, tia, amiga…Há um conjunto de pessoas que me merecem a maior atenção, carinho e dedicação. São a minha fonte de energia, a minha paixão.