A  HealthySystems (HLTSYS), spin-off do CINTESIS e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), apresentou publicamente os resultados intermédios do projeto HS.Helios e os resultados finais do projeto HS.Register, ambos na área das tecnologias de informação e serviços de saúde.

O Healthy Hospital Demo decorreu no passado dia 6 de março, com o apoio do CINTESIS e da FMUP, que foi também a anfitriã do evento. Dezenas de responsáveis de instituições de saúde nacionais, investigadores e especialistas em ciências de dado reuniram-se para assistir à apresentação e para partilhar experiências.

Como explicou Ricardo Cruz Correia, responsável da HealthySystems, investigador do CINTESIS e docente da FMUP, o projeto HS.Helios visa demonstrar o funcionamento de uma nova plataforma de interoperabilidade e integração de sistemas de informação na saúde.

Desenvolvido em co-promoção com o CINTESIS e a FMUP e com financiamento do Portugal2020, o projeto pretende colocar os diferentes sistemas de informação das instituições de saúde a comunicar entre si e com os sistemas de informação externos, “promovendo o uso de normas internacionais que elevam a qualidade dos dados, o controlo dos processos e a segurança”.

Por exemplo, “se o serviço de urgência fizer uma requisição ao laboratório, o hospital tem a possibilidade, com esta tecnologia, de saber exatamente o que foi pedido. Assim pode monitorizar, perceber quais são os erros e proceder à sua correção, através de um sistema de alarme”.

A demonstração da tecnologia foi realizada em duas instituições de saúde do Norte do país, mais concretamente o  Centro Hospitalar de Tondela-Viseu, EPE (CHTV) e o  Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, EPE (CHEDV). Nos próximos meses, o projeto deverá ainda avançar com a implementação de um sistema de inteligência artificial para aperfeiçoar o sistema de alarmes.

Já o projeto HS.Register, desenvolvido com a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), visa permitir às instituições de saúde o registo e a auditoria de todos os acessos a dados dos utentes, permitindo a rastreabilidade desses acessos e o cumprimento da lei em vigor. A tecnologia foi demonstrada na  Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM) e vários hospitais já demonstraram interesse em replicar o exemplo.

“Temos muitos pedidos para fazer coisas novas, como sejam sistemas de inteligência artificial que analisem os dados e emitam alertas, no caso de acessos suspeitos ou indevidos e de problemas na qualidade dos dados. Muitas instituições confiam em nós para analisar esta informação. Isso é algo muito interessante e está na altura de tirar partido disso, com novos projetos de investigação”, diz o responsável.

Nos próximos meses, a spin-off da Universidade do Porto, chancela atribuída pela U.Porto Inovação, conta estender estas duas novas tecnologias a outros hospitais do país.