Um trabalho desenvolvido por investigadores do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde ganhou o Prémio de Melhor Comunicação Oral na categoria de “Revisão de Tema”, no âmbito do 36º Encontro Nacional de Medicina Geral e Familiar, que se realizou em Braga, entre os dias 13 e 16 de março.

Sofia Baptista, enquanto primeira autora, recebeu a distinção numa cerimónia oficial que contou com a participação do bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, da secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, do presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) Rui Nogueira, e de um responsável da Coordenação Nacional da Reforma dos Cuidados de Saúde Primários, José Luís Biscaia (na foto).

“É uma felicidade ver reconhecido o nosso trabalho e é um encorajamento para continuarmos”, reagiu a investigadora, sublinhando que este prémio é de toda a equipa.

O galardão distingue o estudo “Auxiliares de decisão web versus outros formatos para o rastreio do cancro da próstata: meta-análise”, assinado também pelos investigadores Luís Azevedo e Carlos Martins (coordenador do estudo), do CINTESIS/Departamento de Medicina da Comunidade, Informação e Decisão em Saúde (MEDCIDS) da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Este trabalho, que foi já publicado no Journal of Medical Internet Research (JMIR), veio demonstrar o impacto positivo da utilização de ferramentas digitais para apoiar a decisão de fazer ou não um exame (PSA) que pode identificar cancro da próstata, que constitui a segunda causa de morte por cancro nos homens, mas que apresenta diversos riscos.

Os autores analisaram vários ensaios clínicos e concluíram que o acesso a ferramentas baseadas na web aumentava o conhecimento dos doentes, reduzia a incerteza e contribuía para uma maior participação destes no processo de tomada de decisão.

Atualmente, o rastreio do cancro da próstata é ainda um assunto controverso, sobretudo depois de dois grandes estudos não terem encontrado benefícios do recurso ao PSA. Embora possa permitir o diagnóstico, este exame está também associado a sobrediagnóstico (até 41% dos casos) e a efeitos secundários do sobretratamento, como incontinência urinária e disfunção erétil.