Um novo estudo com a participação de investigadores do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde associa a predisposição genética para o défice de vitamina D à ocorrência de quadros mais graves de COVID-19.

De acordo com este trabalho, publicado no medRxiv, a prevalência de determinados polimorfismos genéticos ligados ao metabolismo da vitamina D é superior na população portuguesa, quando se compara com a população europeia. Estas características genéticas conferem-nos, por isso, uma maior vulnerabilidade para a deficiência de vitamina D e, por isso, para COVID-19 mais severa.

Conceição Calhau, investigadora do CINTESIS e professora da NOVA Medical School, que participou neste estudo, explicou, à Agência LUSA, que “muitos outros estudos internacionais vieram reforçar que, quando se tem deficiência de vitamina D, a capacidade de resposta [do sistema imunitário] é diferente e o risco de severidade é maior”.

Assim sendo, níveis mais baixos de vitamina D podem mesmo funcionar como biomarcadores de risco da gravidade da infeção causada pelo SARS-CoV-2.

Estas conclusões poderão levar a um maior enfoque na caracterização genética, na monitorização da vitamina D e na adoção de estratégias personalizadas em populações específicas, particularmente no âmbito de doenças virais atuais ou emergentes.

O projeto VITACOV, financiado Fundação para a Ciência e Tecnologia, foi coordenado pelo Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa, envolvendo investigadores do CINTESIS, NOVA Medical School, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte – Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Universitário de São João, INESC-ID, HeartGenetics e Instituto Gulbenkian da Ciência.