É psicólogo, doutorado em Ciências Biomédicas e investigador principal do grupo de investigação Ageing C (CINTESIS/Universidade de Aveiro). O interesse pela área do envelhecimento surgiu sensivelmente a meio da licenciatura em Psicologia na Universidade do Minho, quando fez Erasmus na Universidade de Salamanca, em Espanha. Realizou o estágio académico e profissional no Serviço de Psicogeriatria do Hospital de Magalhães Lemos e depois integrou a equipa de Constança Paúl no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS).

Integrou o Mestrado Europeu em Gerontologia (EuMaG), com formação em centros de excelência de vários países, e realizou o seu doutoramento na área do envelhecimento. Em 2004, começou a lecionar na Universidade de Aveiro, onde se mantém até hoje. Colaborou com várias instituições do ensino superior, em particular com o Instituto Superior de Serviço Social do Porto (ISSSP), onde foi coordenador da área da Psicologia.

Fez clínica com adultos e idosos em Braga, devido a uma crescente procura por parte da população mais velha. Gosta de ter “uma visão tripartida do conhecimento na área do envelhecimento que abrange a clínica, a investigação e a docência”. Como investigador, tem-se dedicado sobretudo ao estudo da longevidade excecional, através do PT100 – Estudo dos Centenários do Porto e dos seus estudos-satélite. Confessa que não procura o elixir da eterna juventude. Afinal, mais do que saber como se chega aos 100 anos, o objetivo é, para já, saber como se vive esta idade.

Ambição a um ano?

Estando numa fase de transição a nível profissional, pretendo impulsionar alguns projetos que estão agora a iniciar, assim como fechar outros, nomeadamente através da operacionalização da escrita científica dos resultados obtidos.

Ambição a 10 anos?

Pretendo consubstanciar o PT100 e os seus aportes científicos a nível nacional e internacional. Estando integrado no consórcio internacional de estudos sobre centenários, os desafios passam por homogeneizar amostras, juntar dados dos vários países e trabalhar de forma concertada. A longevidade avançada (mais de 85 anos) é algo a que quero continuar a dedicar-me, sem dúvida. Do ponto de vista científico, perceber a psique humana numa fase tão avançada da vida, nomeadamente os seus recursos adaptativos em face às inexoráveis perdas físicas e sociais, é fascinante.

Que vida para além da investigação?

Viajar, para mim, é claramente um prazer. Tendo estado praticamente em todos os continentes, espero poder explorar um pouco mais os cenários africanos.