Os idosos e seus familiares, as empresas e prestadores de serviços de AAL – Ambient Assisted Living e os representantes das entidades governamentais devem ser integrados no processo de desenvolvimento da nova plataforma do ActiveAdvice, que deverá constituir-se como uma espécie de “Amazon” nesta área.

Esta é uma das conclusões do estudo intitulado “A Multi-perspective View on AAL Stakeholders’ Needs – A User-centred Requirement Analysis for the Activeadvice European Project”, da autoria de Soraia Teles e Constança Paúll, investigadoras do ActiveAdvice, projeto europeu desenvolvido em parceria com o CINTESIS.

De acordo com o artigo publicado no “Proceedings of the 3rd International Conference on Information and Communication Technologies for Ageing Well and e-Health”,  a inclusão dos “stakeholders” no processo de desenvolvimento da plataforma, apesar de apresentarem necessidades distintas quanto à comunicação online ou o feedback, poderá contribuir para a disseminação das soluções, tecnologias e produtos desenvolvidos no âmbito do AAL.

Com base nos resultados de 23 entrevistas realizadas na Áustria, Suíça, Bélgica, Holanda e Reino Unido aos três grupos de “stakeholders”, o estudo identifica também os principais fatores que podem sustentar ou dificultar o desenvolvimento e implementação da nova plataforma.

A falta de competências digitais (tecnologias de informação e comunicação), o medo da tecnologia, as dificuldades em aceder a dispositivos ou à internet são algumas das barreiras apontadas por idosos e seus familiares para acederem a uma plataforma online.

O artigo revela ainda algumas contradições entre as expectativas das partes envolvidas. Por exemplo, enquanto os idosos e familiares tendem a valorizar o feedback e a experiência pessoal dos utilizadores de produtos e serviços, as empresas podem ver nesta possibilidade um risco de ter comentários negativos.

Em relação à componente do aconselhamento online, todas as partes parecem reconhecer os seus efeitos positivos, levantando-se apenas a questão de garantir a neutralidade do mesmo.

Atualmente em desenvolvimento, a plataforma do ActiveAdvice deverá ser submetida a testes de usabilidade durante os próximos meses, prevendo-se que, no futuro, possa constituir-se como uma “ferramenta de comunicação integrada” que facilite a cooperação e a partilha de informação sobre aspetos como os requisitos, as preferências, a aceitação e as expectativas dos vários stakeholders a nível europeu, incluindo em Portugal.