Os investigadores CINTESIS do polo da Universidade de Aveiro (UA) marcaram presença, no passado dia 13 de junho, no Research Day (RD) – uma iniciativa da UA que visa traçar uma “panorâmica sobre o que de melhor e mais inovador a UA faz, em termos de investigação”, reunindo num único evento todos os seus laboratórios associados e centros de investigação.
Durante a manhã, os participantes no RD2017 tiveram a oportunidade de ouvir palestrantes de alto nível científico, como Carlos Borrego, Asad J. Khattak, Soumodip Sarkar e Humberto Delgado Rosa.
Ao início da tarde, foi a vez de Miguel Castanho, vice-presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), falar aos investigadores. Abordando temas “quentes” no âmbito da realidade científica atual, tais como o financiamento de projetos, o emprego científico e a avaliação das unidades de investigação, o representante da FCT lembrou que este órgão “não tem dinheiro”, servindo de “agente de diplomacia entre os interesses científicos e os programas operacionais regionais”. Miguel Castanho admitiu mesmo que a Ciência está, neste momento, “subalternizada” dentro da nova lógica de financiamento e apelou às Universidades para que fizessem pressão sobre os programas operacionais regionais da sua área geográfica.
Este ano, o RD teve como tema a sustentabilidade, tocando algumas das áreas mais trabalhadas pelo CINTESIS. Neste âmbito, os investigadores do CINTESIS.UA Sara Guerra, Catarina Rosa, Natália Fernandes, Pedro Bem-Haja e Ana Bártolo expuseram, na qualidade de primeiros autores, cinco pósteres científicos referentes a trabalhos desenvolvidos no seio dos grupos de investigação PsycoLive e AgeingC.
Apresentado por Sara Guerra, o póster intitulado “Affective meanings of inheriting and “donating” a late onset neurological genetic illness: an exploratory qualitative study” apresentou um estudo que explora os significados e os padrões afetivos que as pessoas com doença genética neurológica de início tardio atribuem ao legado da saúde. “Os resultados vão contribuir para melhorar a compreensão da forma como as famílias lidam com os processos afetivos e relacionais associados ao processo de legitimação da saúde”, explica a investigadora.
Catarina Rosa expôs o trabalho “Rumination Room: A procedure that combines executive control activation and exposure to ruminative thoughts”. De acordo com a autora, a investigação sugere que, através de treino específico, “é possível capacitar as pessoas para controlarem pensamentos ruminativos e a tristeza associada à ruminação”.
Num póster sobre memória e contaminação (“Remind myself not to touch it, it’s contaminated!”), Natália Lisandra Fernandes apresentou uma investigação que se focou na capacidade de memorização de objetos que estiveram em contacto com pessoas doentes. Foram mostrados objetos com rostos doentes e com rostos saudáveis. O estudo revelou que os objetos que foram tocados por pessoas doentes foram mais bem memorizados do que que aqueles que foram manipulados por pessoas aparentemente saudáveis.
“Early brain detection of false memories in eyewitness testimony” foi o título do póster exposto pelo investigador Pedro Bem-Haja. Dedicado ao estudo das falsas memórias das testemunhas de crimes, o estudo sugere que o ato de identificar um “distrator” se relaciona com uma ativação mais forte de áreas cerebrais geralmente envolvidas em memórias falsas.
Já a bolseira Ana Bártolo apresentou um póster sobre “Reproductive concerns and psychosocial outcomes in young adult female cancer survivors: A systematic review”. Os dados da investigação confirmaram que as mulheres jovens que sobrevivem a um cancro revelam preocupações significativas relativamente à sua capacidade reprodutiva, apresentando um risco aumentado de sintomas depressivos.
Note-se que o RD “celebra a investigação desenvolvida na UA, proporciona uma oportunidade para promover a partilha interdisciplinar de boas práticas em matéria de investigação e é um veículo para promover a colaboração entre investigadores de diferentes departamentos e unidades de investigação” dessa universidade.
Para além da participação de âmbito científico, os grupos de investigação do CINTESIS.UA integraram ainda a comissão científica, a comissão organizadora e o júri que avaliou os trabalhos científicos expostos.