O aumento do controlo da asma permitiria uma poupança de cerca de 184 milhões de euros por ano em Portugal, indicam estudos realizados por investigadores do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde.
De acordo com o estudo intitulado “Cost of asthma in children: a nationwide, population-based, cost-ofillness study”, publicado na edição de novembro do Pediatriac Allergy Immunology, Portugal poderia poupar até 30 milhões de euros por ano com o controlo da asma nas crianças até aos 17 anos de idade.
Desenvolvido por João Fonseca, Luís Azevedo, Ana Sá Sousa, Ana Margarida Pereira e Rita Amaral e Manuel Ferreira-Magalhães, do CINTESIS, o trabalho indica que esta poupança representaria uma redução de 20% na despesa global com a doença.
Já o controlo da asma nos adultos permitiria obter uma poupança superior a 154 milhões de euros por ano, segundo dados de outro estudo, intitulado “Cost of asthma in Portuguese adults: A population-based, cost-of-illness study”, da autoria de João Fonseca, Luís Azevedo, Ana Sá Sousa, José Pedro Barbosa e Manuel Ferreira de Magalhães.
Publicado na Revista Portuguesa de Pneumologia, este é o primeiro estudo a calcular o impacto económico da asma no adulto no nosso país.
Os investigadores do CINTESIS calculam que a asma custe 547 milhões de euros por ano ao nosso país, sendo que cada doente gasta 761,58 euros em média. Feitas as contas a asma representa atualmente 3% da despesa total em saúde.
Os adultos com asma custam cerca de 386 milhões de euros, sendo que cada doente custa 708,16 euros em média por ano, dos quais 93% são custos diretos em saúde, como consultas, idas à urgência, internamentos, testes de diagnóstico e medicação de alívio.
“Os doentes não controlados gastam mais do dobro do que os doentes controlados. Nesse sentido, autores defendem que um melhor controlo da asma permitiria diminuir as despesas de saúde de forma significativa”, explica João Fonseca.
Quanto à asma infantil, custa mais de 161 milhões de euros por ano, representando cerca de 1% das despesas em saúde. Cada criança com asma representa, em média, 929,35 euros por ano, dos quais 75% são custos diretos.
“As crianças com asma mal controlada têm um número significativamente maior de consultas não programadas e de internamentos. Como a asma mal controlada é um fator determinante para o aumento dos custos, deveriam ser implementadas políticas para melhorar o controlo da asma e reduzir os cuidados médicos relacionados com as crises”, indica o responsável.
Apesar de elevados, admite-se que estes números estejam subestimados, sobretudo devido à falta de dados relativos aos custos indiretos, que incluem, por exemplo, os custos com transportes, o absentismo laboral e a perda de produtividade.