Já arrancou a terceira fase do Projeto Cuidar de Quem Cuida, que visa apoiar 240 cuidadores informais do norte do país, proporcionando formação, capacitação e acompanhamento personalizado.
A iniciativa conta com a parceria do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, a Administração Central do Sistema de Saúde I.P. (ACSS) e a MAZE, sendo promovida e financiada pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela José de Mello Saúde e implementada pelo Centro de Assistência Social à Terceira Idade e Infância de Sanguêdo (CASTIIS).
“Tendo acompanhado de modo próximo o projeto desde a sua génese, há já uma década, é com entusiasmo que vemos esta iniciativa dar novos passos num âmbito de colaborações mais alargado. As expectativas são elevadas”, afirma Oscar Ribeiro, investigador do CINTESIS, entidade responsável pela avaliação do impacto das intervenções aos cuidadores informais, assim como pela monitorização global do projeto.
De acordo com o especialista, pretende-se “implementar um programa de capacitação dos técnicos das instituições locais para a execução, em rede, das respostas de apoio a cuidadores informais. Para o efeito, o projeto prevê o envolvimento dos municípios para a realização de sessões de formação e workshops e o estabelecimento de um serviço de assistência mútua e de um gabinete de atendimento permanente ao cuidador informal”.
Nesta terceira fase do projeto, que decorre entre abril de 2019 e março de 2022, os cuidadores informais preencherão um protocolo de avaliação em vários momentos da intervenção realizada. “Essa avaliação contempla várias áreas (qualidade de vida, ansiedade e depressão, competência percebida para o cuidado informal). Os primeiros resultados serão apresentados em meados de 2020, sendo que haverá mais três fases de análise”, explica o investigador responsável.
Espera-se obter uma “melhoria média de 5% no score global de qualidade de vida dos cuidadores informais, no período dos 36 meses do projeto. Contudo, poderemos vir a alcançar um número superior de cuidadores informais, caso os municípios capacitados sinalizem mais situações”, complementa Daniela Brandão, investigadora do CINTESIS.
O Cuidar de Quem Cuida (CQC) foi reconhecido como uma iniciativa de empreendedorismo social inovadora ao nível da intervenção junto de cuidadores informais, sendo o primeiro Título de Impacto Social na área da saúde em Portugal e o primeiro em todo o mundo no apoio a cuidadores informais.
“Trata-se de um projeto que se distingue pelo seu modelo de replicação/ implementação das respostas, que assenta no potencial de transformação social e sustentabilidade. Desenvolve-se num formato cascata e parte da mobilização dos recursos (humanos, físicos e/ou materiais) já existentes na comunidade. Em cada município é definida uma rede de parceiros operacionais decisivos para a implementação das respostas de apoio no terreno, junto dos cuidadores”, acrescenta Oscar Ribeiro.
O projeto tem como investidores sociais a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) e a José de Mello Saúde, sendo cofinanciado pelo Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (PO ISE), Portugal 2020 e Fundo Social Europeu, com um montante global de financiamento no valor de 239.660 euros.