O RISE-Health é, inequivocamente, a maior unidade de investigação do país. A confirmação é da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), que acaba de divulgar a lista de candidaturas admitidas para avaliação no âmbito do Programa de Financiamento Plurianual de Unidades de I&D 2023/2024.
No documento divulgado pela FCT, percebe-se que as três maiores unidades têm sede no Porto. Para além do RISE-Health, que soma 637 investigadores integrados, constam da lista o i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (com 415 investigadores) e o INESC TEC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (com 358).
A nova Unidade de Investigação RISE-Health submeteu no passado dia 17 de abril a sua candidatura. Neste documento, lê-se que “a principal missão do RISE-Health é realizar investigação clínica e translacional interdisciplinar e de elevada qualidade, inovadora e com impacto na comunidade, numa gama abrangente de áreas clínicas e campos científicos que vão das ciências cardiovasculares às neurociências e ao metabolismo e farmacologia clínica”.
Pretendendo vir a ser “um exemplo de desenvolvimento sustentável do Sistema Científico Nacional”, o objetivo da nova Unidade é “estabelecer uma referência (inter)nacional, atrair talentos e aumentar a massa crítica de recursos humanos e materiais, inspirar e promover a colaboração científica, orientar a mobilidade dos investigadores e expandir a experiência coletiva, orientada para alcançar resultados inovadores”.
7 Linhas Temáticas e 35 Grupos de Investigação
Para isso, o RISE-Health estará organizado em 7 diferentes linhas temáticas (4 linhas verticais e 3 linhas horizontais). As 4 linhas verticais representam campos específicos da medicina (TL1: Investigação Clínica e Translacional em Ciências Cardiovasculares; TL2: Neurociências; TL3: Metabolismo, Hormonas e Inflamação e TL4: Cuidados Hospitalares e Resultados Clínicos) e as 3 linhas horizontais (TL5: Alvos Terapêuticos e Inovação Biomédica; TL6: Transformação Digital e Ciência de Dados e TL7: Prevenção e Saúde Comunitária) refletem diferentes metodologias de investigação translacional que abrangem todos os tópicos de investigação médica.
À frente destas 7 linhas temáticas estarão alguns dos nomes de maior destaque da Ciência em Portugal nas respetivas áreas, nomeadamente Adelino Leite Moreira, Elsa Azevedo, Luís Taborda Barata, Cristina Granja, Paulo Correia de Sá, Luís Azevedo e Elisa Keating.
Os 1.349 investigadores desta nova Unidade de Investigação (637 integrados e 712 colaboradores) estarão, a partir de agora, distribuídos pelas diferentes linhas que se subdividem em 35 grupos de investigação, com o objetivo de promoverem investigação clínica e de translação, da saúde digital e inteligência artificial, das biotecnologias e da inovação biomédica, da saúde da comunidade e da investigação em enfermagem.
Dimensão, abrangência e impacto
A nova Unidade de Investigação RISE-Health destaca-se não só pela sua dimensão e abrangência – disciplinar e geográfica – mas também pelo impacto dos resultados alcançados pelos investigadores que a compõem.
No âmbito da preparação da candidatura, foi possível verificar que o corpo de investigadores que integram agora a nova Unidade esteve na base, nos últimos 6 anos, de cerca de 7 mil publicações indexadas, totalizando mais de 100 mil citações (mais de 60% em revistas Q1 e Q2). No total, foram auferidos mais de 32M€ no âmbito de concursos competitivos para financiamento de projetos científicos e registados mais de 1.150 estudos clínicos, que envolveram cerca de 30 mil participantes.
No que se refere à ligação à área formativa, o corpo de investigadores do RISE-Health somou a liderança de 17 Programas Doutorais, 32 Programas de Mestrado e 611 cursos de Formação Contínua, no período entre 2018 e 2023.
Os investigadores do RISE-Health destacaram-se também pelo impacto na sociedade granjeado durante o período em avaliação. O seu trabalho e opiniões como experts foram referidos em cerca de 10.000 notícias publicadas em órgãos de comunicação nacionais e internacionais. Nos últimos 6 anos, os investigadores desta nova Unidade registaram também 14 spin-offs e 51 patentes ou outros títulos de propriedade intelectual.
Fusão inédita
Recorde-se que o RISE-Health resulta da fusão do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, da UnIC – Unidade de Investigação e Desenvolvimento Cardiovascular, do MedInUP – Centro de Investigação Farmacológica e Inovação Medicamentosa e do CICS-UBI – Centro de Investigação em Ciências da Saúde.
Sediada na FMUP, esta nova unidade de investigação terá polos de gestão em 5 unidades orgânicas da U.Porto (Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e Faculdades de Farmácia, Medicina Dentária, Ciências e Nutrição), para além de 11 outros, nomeadamente em 5 universidades públicas (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Algarve, Aveiro, Beira Interior e da Madeira) e 2 instituições de Ensino Superior Privado (Universidades Fernando Pessoa e Portucalense), 3 Escolas de Enfermagem (Escola Superior de Enfermagem do Porto, Escola Superior de Saúde Santa Maria e Escola Superior de Enfermagem do IP Santarém) e Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto.
No âmbito do atual processo de Avaliação do Programa Plurianual de Financiamento de Unidades de I&D da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), a etapa seguinte passa pela realização de uma visita virtual da parte dos avaliadores. O calendário pode ser consultado aqui.