Compreender como as alterações climáticas afetam a saúde mental a nível europeu é um dos objetivos de uma nova COST Action que conta com mais de 600 mil euros de financiamento europeu.

Liderada e gerida por investigadores do CINTESIS e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), a COST Action, intitulada Climate change impacts on mental health in Europe (CliMent), arrancou oficialmente no final do passado mês de outubro, com a primeira reunião do Management Committee.

Nesta reunião, , que decorreu em Bruxelas, na COST Association – European Cooperation in Science and Technology, António Soares, gestor executivo do CINTESIS e investigador da FMUP, foi eleito, por unanimidade, Grant Holder Scientific Representative, e Francisco Sampaio, investigador do CINTESIS@RISE e professor da Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP), foi eleito, também por unanimidade, Action Chair da COST Action. Ambos exercerão os seus cargos ao longo de quatro anos, até ao final do projeto.

Com uma duração prevista de quatro anos (de outubro de 2024 a outubro de 2028), esta COST Action envolve mais de 30 países, sendo o financiamento da União Europeia, através da COST Association.

“O projeto aborda uma problemática atual e emergente, ligando as alterações climáticas e, concomitantemente, os aspetos comportamentais e emocionais dos cidadãos, do que ainda não existe muita evidência científica”, afirma António Soares, da FMUP.

A sua expectativa é a “que possam ser desenvolvidos estudos e projetos que nos ajudem a dar indícios sobre este tema, contribuindo para a submissão de artigos científicos, sessões de treino e publicações”.

De acordo com Francisco Sampaio, “as alterações climáticas configuram um importante problema atual, amplamente comprovado pela evidência científica, com impacto ambiental direto, mas também com repercussões sob o ponto de vista societal”.

Essa mesma evidência demonstra que “a população, sobretudo os adolescentes e jovens adultos, vem apresentando sintomatologia predominantemente ansiosa que decorre, por exemplo, do facto de a sua ação individual ser insuficiente para pôr termo ao problema e da descrença sentida relativamente às ações políticas que têm vindo a ser levadas a cabo neste âmbito”.

“Aquilo que pretendemos, essencialmente, é compreender mais amplamente o impacto das alterações climáticas na saúde mental, as estratégias de coping utilizadas pela população afetada e, sobretudo, desenvolver estratégias de intervenção sustentáveis, que permitam melhorar a sintomatologia sem prejuízo da manutenção de comportamentos pró-ambientais. Naturalmente, tratando-se este de um projeto financiado por fundos europeus, é para nós fulcral fazer chegar os principais resultados e recomendações aos decisores políticos”, afirma.