Já são conhecidos os primeiros resultados do e.CuidHaMUs, um projeto de investigadores do CINTESIS/Universidade de Aveiro (UA) que visa o desenvolvimento de um sistema integrado sustentável de monitorização da saúde dos funcionários daquela instituição de ensino superior.
Os dados foram tornados públicos durante a primeira Conferência do projeto, que se realizou no passado dia 28 de junho, na Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro, com a presença da equipa de investigadores, sob a coordenação de Maria Piedade Brandão.
Além da caracterização sociodemográfica, que inclui género, estado civil, idade e habilitações académicas, os investigadores analisaram vários indicadores de saúde e fatores de risco para doenças crónicas não transmissíveis. O colesterol elevado (hipercolesterolemia) é o mais prevalente, atingindo metade da amostra, composta por cerca de 320 trabalhadores. Seguem-se, como fatores de risco mais comuns, a hipertensão e a dieta pouco saudável.
Quando se olha para o risco de doença cardiovascular, conclui-se que 69% dos trabalhadores têm pelo menos um fator de risco metabólico (hipertensão, diabetes, colesterol elevado ou obesidade) e que 45% têm pelo menos um fator de risco comportamental modificável (ser fumador, ser inativo fisicamente, ter uma dieta pouco saudável ou consumir álcool de forma prejudicial).
De acordo com este estudo, verifica-se que 16% dos homens e 13% das mulheres são fumadores. Considerando o índice de massa corporal, 36% dos funcionários têm excesso de peso e 10% são obesos. Quase 60% não pratica nenhum tipo de desporto ou exercício físico programado.
Conclui-se ainda que 30% têm pelo menos uma doença crónica e que mais de 26% vivem com dor aguda ou crónica. Nos testes de rastreio realizados, metade dos trabalhadores tem alterações no rastreio visual e uma percentagem significativa tem alterações no rastreio auditivo.
Apesar destes dados, a esmagadora maioria dos trabalhadores acha que a sua saúde é excelente, muito boa ou boa, apenas 20% classificam-na como “razoável” e 1% consideram-na “fraca”.
O projeto e.CuidHaMUs irá prosseguir com a monitorização e vigilância epidemiológica da saúde, dos estilos de vida e do bem-estar dos trabalhadores, apoiando o Ensino Superior nos processos de recolha, armazenamento, criação e distribuição de informação global da saúde, mais concretamente ao nível dos fatores de risco para as doenças não transmissíveis, com destaque para as doenças cardiovasculares.