O CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde apoia a iniciativa “AI in Digestive Healthcare: Shaping the Future”, que a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) organiza e acolhe, no seu Auditório, no próximo dia 29 de novembro.

Jonathan Leighton, presidente do American College of Gastroenterology, terá uma participação especial neste evento, no qual estarão presentes especialistas de todo o mundo.

“O evento é motivado pela necessidade de explorar e partilhar as mais recentes inovações no uso da inteligência artificial (AI) em cuidados digestivos, com foco na aplicação prática de tecnologias que estão a transformar a prática clínica”, explica Miguel Mascarenhas, investigador RISE-Health, professor da FMUP e responsável pela organização.

Como explica no site da FMUP, os principais objetivos são “proporcionar uma visão abrangente das atuais aplicações de AI nos cuidados digestivos, fomentar a discussão entre líderes da área e profissionais de saúde e criar uma rede de colaboração entre diferentes stakeholders”.

A iniciativa visa também “promover o avanço da AI na Medicina através de apresentações de casos reais, o debate de desafios éticos e regulatórios e a partilha de experiências entre instituições académicas e clínicas, de modo a fomentar uma colaboração multidisciplinar na implementação de AI no setor clínico”.

Além de Miguel Mascarenhas e Jonathan Leighton, irão intervir especialistas de referência, provenientes de institutos reconhecidos em diversas subespecialidades endoscópicas (NYU Langone Health, Hospital das ClínicasWake Forest University, Hospital de La Princesa, NHS Liverpool Hospital, entre outros).

Como sublinha o especialista, “a AI está a ser integrada em várias áreas dos cuidados digestivos, incluindo a deteção precoce de lesões em exames endoscópicos, como a colonoscopia, e na análise avançada de imagens de órgãos como o fígado e pâncreas”.

Em Portugal, há instituições a explorar ativamente estas tecnologias, mas “a adoção generalizada destas tecnologias ainda está em crescimento. O futuro aponta para uma maior automatização de procedimentos clínicos, com a AI a desempenhar um papel crucial na precisão diagnóstica e na personalização de tratamentos”.

Nos cuidados de saúde digestivos, explica Miguel Mascarenhas, as aplicações da AI incluem “a identificação de tumores, pólipos e outras anomalias em exames endoscópicos, assistindo os médicos na tomada de decisões e aumentando a eficácia dos diagnósticos”. Entre os benefícios estão “a maior acuidade de deteção e diferenciação de lesões, redução de erros humanos, menor dependência da subjetividade humana e, consequentemente, um processo de diagnóstico mais rápido”.

No setor público, por sua vez, a AI poderá contribuir para “uma gestão mais eficiente dos recursos, permitindo diagnósticos mais rápidos e tratamentos personalizados”. A AI pode ainda “ajudar a reduzir a sobrecarga de trabalho dos profissionais de saúde, especialmente em áreas com falta de recursos, e a melhorar os resultados clínicos”.

Além disso, continua o investigador RISE-Health/FMUP, “a AI está a criar novas oportunidades de carreira. À medida que a AI se torna uma parte integral dos cuidados de saúde, os médicos e novos profissionais emergentes terão a oportunidade de liderar a implementação de tecnologias inovadoras, participar em investigação multidisciplinar e desenvolver competências em análise de dados e gestão de tecnologia médica”.

Apoiado pelo CINTESIS, este evento envolve a FMUP, a Medtronic, a U.Porto spin-off Digestaid e tem o patrocínio científico da Sociedade Portuguesa de Coloproctologia (SPCP), da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG) e da Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva (SPED).

Programa final

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