O CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, a ESEP – Escola Superior de Enfermagem do Porto e a SRNOE – Secção Regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros assinaram uma carta de parceria que visa o desenvolvimento do projeto de investigação intitulado “Literacia, primeira ajuda e saúde mental positiva” (SM+Literacia), até 2021.
O documento foi assinado durante o Congresso Internacional do NursID, grupo de investigação em Enfermagem desenvolvido no âmbito do CINTESIS, que decorreu nos dias 6 e 7 de julho, no Porto. Na cerimónia de assinatura formal, estiveram presentes o próprio coordenador do Centro de Investigação, Altamiro da Costa Pereira, o presidente da ESEP, Paulo Parente, e o presidente da SRNOE, João Paulo Carvalho (na foto).
Coordenado por Carlos Sequeira, Investigador Principal do NursID/CINTESIS, este projeto de investigação visa a promoção da saúde, a prevenção da doença e a capacitação para a decisão em saúde através da criação de instrumentos que permitam monitorizar a literacia em saúde em diferentes grupos populacionais, bem como desenvolver programas de intervenção precoce e de promoção da saúde mental.
“Em Portugal, desinvestimos completamente na promoção da saúde e na prevenção da doença. O que se tem investido na literacia das populações é quase zero. Acreditamos que, se investirmos mais na literacia e na capacitação das pessoas, poderemos evitar muitos internamentos, idas à urgência e problemas como a falta de adesão à terapêutica”, explica o coordenador.
O projeto SM+Literacia irá identificar os níveis de literacia de determinados grupos populacionais específicos para adaptar os programas e os instrumentos de formação em termos de literacia. Os primeiros grupos deverão ser os adolescentes e os jovens estudantes universitários, mas também iremos criar cluster para outros grupos, como doentes crónicos”.
Graças a uma parceria com o mundo empresarial, o projeto irá intervir também num grupo de adultos saudáveis no contexto laboral, tendo em vista a sua capacitação em matéria de saúde mental. “Se houver saúde mental, diminui o absentismo e aumenta a produtividade. Se os trabalhadores tiverem mais saúde mental, é bom para eles, mas também para as empresas”, afirma Carlos Sequeira.
O projeto pretende também fornecer uma “primeira ajuda adequada” e desenvolver programas de capacitação para a saúde e para a saúde mental, incluindo o ensino de estratégias de resolução de problemas, desde técnicas de relaxamento à promoção da autoestima.
O projeto deverá integrar investigadores do CINTESIS, além de profissionais de outras instituições e de unidades de saúde de todo o país. O papel da Ordem dos Enfermeiros passará por “divulgar e disseminar os resultados do projeto junto dos enfermeiros, de forma que a investigação possa ser aplicada por quem está no terreno e possa beneficiar os doentes e a população em geral”.
O Grupo de Investigação NursID (CINTESIS/ESEP) já conta, atualmente, com cerca de 30 investigadores integrados, aos quais se acrescentam várias dezenas de colaboradores em todo o país, incluindo Ilhas.