Em 2020, o CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde voltou a ser presença habitual nos órgãos de comunicação social (OCS). Ao todo, registaram-se mais de um milhar de referências ao CINTESIS (em média, três por dia), em notícias, reportagens e entrevistas divulgadas em jornais, rádios e televisões portugueses.
Entre os mais “populares” nos média, estão um estudo, liderado por Alberto Freitas (CINTESIS/FMUP), a alertar para a “falta de qualidade dos dados clínicos”, um trabalho de Carlos Martins (CINTESIS/FMUP) segundo o qual os “doentes cardiovasculares não mudam comportamentos após AVC ou enfarte”, e uma investigação sobre o papel do pão enriquecido com gérmen de trigo na saúde, de André Rosário. Divulgados pela Agência Lusa, em janeiro e fevereiro, são os que alcançam maior circulação. Também Miguel Ricou (CINTESIS/FMUP) assina, nesta altura, um dos seus muitos artigos de opinião no jornal Público com uma circulação muito expressiva, em temas como a eutanásia.
A partir de março de 2020, os média fazem eco dos apelos dos investigadores do CINTESIS e da FMUP no sentido da disponibilização dos dados da COVID-19 com a maior urgência. O coordenador, Altamiro da Costa Pereira, é um dos mais citados pelos jornalistas. Já então, afirmava também, com Bernardo Sousa Pinto (CINTESIS/FMUP), que as máscaras deveriam ser de uso obrigatório no regresso à normalidade pela população geral.
Nesta mesma linha, em abril, a SIC ouve João Fonseca e Pedro Pereira Rodrigues (CINTESIS/FMUP), titulando: “Cientistas querem ter acesso a dados da DGS sobre doentes com Covid19”. Em maio, a equipa dá uma série de entrevistas questionando a estratégia adotada no combate à pandemia.
Os estudos e projetos do CINTESIS relacionados com a COVID-19, designadamente os que viriam a ser apoiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), também viriam a merecer ampla atenção dos jornalistas nos meses que se seguem.
Cabem aqui os estudos sobre mortalidade na pandemia (PROVIDA), critérios éticos para admissão em UCI (Rui Nunes e Altamiro da Costa Pereira), impacto da pandemia nos enfermeiros (Carlos Sequeira e Francisco Sampaio, CINTESIS/ESEP) e exaustão dos profissionais de saúde em geral e nos professores universitários (Ivone Duarte, CINTESIS/FMUP).
No âmbito do RESEARCH 4 COVID19, fazem manchetes o projeto liderado por Conceição Calhau sobre a relação entre a COVID-19 e microbiota intestinal, o projeto coordenado por Ricardo Cruz Correia (CINTESIS/FMUP) para o desenvolvimento de uma escala de risco de Covid-19 para hospitais (que viria a ser premiado, meses depois) e o projeto encabeçado por Matilde Monteiro-Soares (CINTESIS/FMUP) sobre a resposta imunológica de doentes com covid-19 e o projeto da Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP)/CINTESIS, com Maria José Lumini, de um curso online para cuidadores.
Mas nem só de COVID-19 se fizeram as notícias sobre o trabalho dos investigadores CINTESIS/FMUP. “Diabéticos que vivem sós ou estão deprimidos aderem pior aos tratamentos” (Paulo Santos), “Um terço dos doentes com úlcera do pé diabético morre em três anos” (Matilde Monteiro-Soares), “Reospitalizações por doença inflamatória intestinal custam 3,1 milhões/ano” (Cláudia Camila Dias) e “Adiamento de exames pode afetar diagnóstico e tratamento do cancro” (Mário Dinis Ribeiro) são alguns dos títulos com maior impacto demonstrado.
Ficámos a conhecer mais resultados de investigações desenvolvidas por Manuel Gonçalves Pinto (“Idas às urgências de psiquiatria caíram para metade no estado de emergência” e “Cannabis provocou mais de 3200 internamentos hospitalares em 16 anos”, entre outras) e por Matilde Monteiro-Soares, Daniela Ferreira Santos e Priscila Maranhão (“Muitos sintomas, e muito variáveis. A covid-19 não é só nova, também é complexa”).
E também houve boas notícias, como as dos prémios entregues ao projeto ADHERENCE, desenvolvido pelo CINTESIS e pela ‘spin-off’ MEDIDA, e ao projeto FRADE, também com investigadores do CINTESIS/ESEP.
Em agosto, a atualidade é marcada pela entrevista da investigadora do CINTESIS/FMUP Cristina Santos à SIC, com o título “DGS dá dados errados a investigadores”. O grupo de Conceição Calhau (CINTESIS/NOVA Medical School) volta às páginas dos jornais com os resultados de um novo estudo sobre a flora intestinal dos bebés.
Causaram igualmente enorme impacto as notícias sobre “as boas máscaras e as que não prestam”, com declarações do investigador Bernardo Sousa Pinto, sobre os ensaios clínicos de novos tratamentos para insuficiência cardíaca, com José Silva Cardoso (CINTESIS/FMUP).
No último trimestre de 2020, o CINTESIS continua a ocupar páginas de jornais, tempo de antena nas rádios e espaço no horário nobre dos telejornais, com especial destaque para as falhas nos dados sobre a COVID-19. Altamiro da Costa Pereira, Cristina Santos, Ricardo Cruz Correia e Pedro Pereira Rodrigues são presenças constantes nos órgãos de comunicação social.
Oscar Ribeiro (CINTESIS/Universidade de Aveiro), que participa ativamente no relatório “Portugal Mais Velho”, com a APAV e a Fundação Calouste Gulbenkian, alerta os jornalistas para as questões relacionadas com a saúde mental dos idosos neste período pandémico. Outras linhas de investigação do seu grupo são também notícia neste ano, como, por exemplo, o problema dos acumuladores de animais.
Marina Dias Neto e Sérgio Sampaio apresentam resultados de um trabalho de investigação sobre a mortalidade nos aneurismas da aorta abdominal e Carla Sá Couto traz uma nota mais positiva, com a criação de um método para treino de alunos em cenários de emergência”. Já o investigador em Microbiologia, Acácio Rodrigues, é convidado a comentar o surto de Legionella no norte do país. Todos são investigadores CINTESIS/FMUP.
Merecem particular atenção dos média, neste período, os estudos CINTESIS/FMUP relacionados com a saúde mental dos profissionais de saúde, com Cristina Jácome e Ivone Duarte como principais autoras, e as evidências de um aumento de desigualdades no acesso à saúde explicadas por Ana Luísa Neves.
É já extensa, mas esta não deixa de ser uma pequena parte das notícias sobre o CINTESIS que marcaram a agenda mediática num ano tão atípico como foi o de 2020, tendo-se destacado em vários parâmetros, e que são prova e testemunho de uma investigação pujante que soma e segue. Boas e muitas notícias para 2021 é o que se espera.