Um estudo desenvolvido por investigadores do CINTESIS/Universidade de Aveiro revela que a memória humana retém melhor objetos usados por pessoas doentes do que objetos usados por pessoas saudáveis.
De acordo com os resultados agora divulgados, a maior facilidade em memorizar objetos potencialmente contaminantes pode ser explicada pelo funcionamento de um sistema imunológico comportamental que visa “prevenir o contacto com possíveis fontes de infeção”.
Natália Fernandes e Josefa Pandeirada, as duas investigadoras do CINTESIS que assinam o estudo, pediram a cerca de duas centenas de voluntários para memorizarem um conjunto de objetos associados a pessoas doentes e a pessoas saudáveis. No final, concluiu-se que os voluntários memorizavam melhor os objetos que poderiam constituir um maior risco de contaminação e de doença.
Esta memorização seletiva será um mecanismo desenvolvido ao longo da evolução da espécie, visando a sobrevivência e a adaptação do ser humano perante possíveis ameaças. No futuro, estas descobertas poderão ajudar a delinear novas e mais eficazes estratégias de prevenção de doenças infeciosas, utilizando a memória em benefício da Saúde Pública.