Um estudo com a participação de investigadores do CINTESIS/Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) aplicou um algoritmo baseado em Inteligência Artificial para prever quais os doentes cardiovasculares com maior risco de desenvolverem problemas neurológicos na sequência de uma cirurgia à artéria carótida interna.
De acordo com este estudo, publicado no Journal of Clinical Medicine, a equipa conseguiu determinar as características dos doentes que poderão ter problemas neurológicos intraoperatórios, se forem submetidos a uma endarterectomia carotídea.
Esta intervenção cirúrgica visa prevenir acidentes vasculares cerebrais (AVC) em doentes com estreitamento ou obstrução das artérias carótidas internas, localizadas no pescoço, que conduzem o oxigénio e sangue ao cérebro. Calcula-se que, em todo o mundo, 58 milhões de pessoas, sobretudo homens, tenham uma estenose carotídea que obrigue a realizar esta intervenção.
Embora seja muito usado, este tratamento pode ter como efeitos adversos défices neurológicos, como confusão e alterações na fala, na função motora e na consciência. Ao calcular e estratificar o risco de défices neurológicos, este novo algoritmo permite desaconselhar a cirurgia, em alguns casos, e otimizar um plano de tratamento alternativo adequado”, explicam os autores, nos quais se incluem Juliana Pereira Macedo e José Paulo Andrade, do CINTESIS/FMUP, a par com Luís Duarte Gamas, António Pereira Neves, Joana Mourão e João Rocha Neves (FMUP).