Já se sabia que a informatização dos registos clínicos obstétricos tem um impacto positivo no suporte à prática clínica, apoiando os profissionais de saúde em contexto de consultas, internamentos, partos, cirurgias e urgências. Agora, sabe-se que o registo eletrónico também permite melhorar a produção científica de cada hospital e, logo, a investigação científica a nível nacional.
Como demonstra um estudo assinado por investigadores do CINTESIS, os hospitais informatizados com o ObsCare publicaram mais 46% do que os hospitais que ainda não dispõem deste software. Além de publicarem mais, os hospitais com informatização dos dados obstétricos têm estudos com amostras significativamente maiores. Nos estudos de hospitais com registos informatizados, a média do tamanho da amostra foi de 1.246 mulheres, enquanto nos outros hospitais a média não ultrapassou 336 mulheres.
Estes dados foram apresentados neste mês de abril, na Reunião da Primavera da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-fetal, onde foram premiados vários trabalhos realizados com recurso a dados do ObsCare.
O trabalho é assinado por Priscila Maranhão, Tiago Costa , Nuno Montenegro e Ricardo Cruz Correia, investigadores do CINTESIS, da VirtualCare e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto/Centro Hospitalar de São João, um dos hospitais onde o software já foi implementado.
O ObsCare foi desenvolvido pela VirtualCare, spin-off da Universidade do Porto nascida no CINTESIS. A Administração Regional de Saúde do Norte já adquiriu a licença para o seu uso em todos os hospitais públicos.