Um projeto desenvolvido pelos investigadores Pedro Amorim, Daniela Ferreira Santos e Pedro Pereira Rodrigues, do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde/Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), venceu o Prémio “Sociedade Portuguesa de Pneumologia/GRESP/Linde Saúde 2023 – A Pneumologia e a Medicina Geral e Familiar na Abordagem ao Doentes com SAOS” (Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono).
“Estamos felizes. Este prémio significa o reconhecimento do nosso trabalho, mas também a possibilidade de projetar mais a nossa ferramenta e a nossa investigação”, reage Pedro Amorim, estudante do Programa Doutoral em Ciência de Dados de Saúde (HEADS), da FMUP, e cardiopneumologista do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto.
Intitulado “OSABAYES – A smartphone app to help screening obstructive sleep apnea”, este projeto foi merecedor da distinção atribuída no 39.º Congresso de Pneumologia, que se realizou em novembro, no Algarve. O galardão tem o valor pecuniário de cinco mil euros.
“O objetivo do projeto é desenvolver uma ferramenta, com base em inteligência artificial, para ajudar os médicos, nomeadamente os de Medicina Geral e Familiar, a calcular rapidamente a probabilidade de uma pessoa ter Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono e a decidir quem devem enviar para uma consulta específica de Medicina do Sono hospital”, explica Pedro Amorim.
A Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono afeta muitas pessoas e o seu diagnóstico obriga à realização de estudos complexos. No entanto, cerca de 25% das pessoas que realizam estes exames não têm a patologia.
“O nosso algoritmo visa evitar que isso aconteça, permitindo a redução das listas de espera, bem como a diminuição do número de exames desnecessários”, diz, recordando que, anualmente, seria possível evitar centenas de exames anualmente e poupar, só num hospital, cerca de 120 mil euros no mesmo período.
O próximo passo é a validação da ferramenta e a sua disponibilização para utilização na prática clínica. Outro objetivo é desenvolver um estudo para comparar a nova aplicação com os métodos tradicionais, os questionários em papel. Estão já previstas parcerias com grupos de investigação de diferentes países. O projeto deverá estar concluído em meados de 2025.
Além de Pedro Amorim, Daniela Ferreira Santos e Pedro Pereira Rodrigues, investigadores do CINTESIS/FMUP e Laboratório Associado RISE, participaram neste trabalho Marta Drummond (FMUP), Clara Pinto Ferreira e Isabel Fragoso.