“Enfermagem do Trabalho – Formação, Investigação e Estratégias de Intervenção” é o título do livro que será lançado no próximo dia 16 de maio, pela 19h00, na FNAC do Norteshopping, em Matosinhos.

Dada à estampa pela Lidel, a obra é coordenada por Elisabete Borges, investigadora do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde. A direção da coleção Lidel Enfermagem é da responsabilidade de Carlos Sequeira, outro investigador do CINTESIS.

“Este é o primeiro livro na área da Enfermagem do Trabalho em Portugal e é o culminar de um sonho. Não é só para enfermeiros, mas para todos os profissionais de saúde e gestores de recursos humanos”, explica a coordenadora.

Assinada, entre outros, por enfermeiros, enfermeiros do trabalho, professores, e psicólogos de Portugal, Espanha e Brasil, esta obra tem em conta a prática clínica e a investigação desenvolvida nestes três países em matéria de promoção de saúde no local de trabalho, estratégias de comunicação, prevenção do stress, burnout, bullying, biossegurança e exposição a agentes patogénicos e organização dos serviços de saúde ocupacional.

“É preciso dar mais ênfase às questões da promoção da saúde no local de trabalho e não só da vigilância. Associada a outros profissionais, a Enfermagem do Trabalho pode fazer muito mais pela saúde do trabalhador. Não posso exigir que os trabalhadores adotem comportamentos que valorizem a sua saúde, se estes não tiverem conhecimentos para tal”, considera Elisabete Borges.

Para a investigadora do CINTESIS, o exemplo deve vir de cima. “A saúde no trabalho tem de começar pela gestão de topo. É importante que a organização compreenda a necessidade de valorização e motivação do trabalhador, a prevenção dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais e a interação trabalho-família. Portugal tem evoluído nesse sentido, embora ainda faltem alguns degraus significativos”, continua.

No capítulo da educação e formação em enfermagem do trabalho, Elisabete Borges recorda que, em Portugal, a Enfermagem do Trabalho ainda não é reconhecida como uma especialidade, apesar de haver cada vez mais formação e investigação na área.

Este livro teve a colaboração de Cristina Queirós, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), de Pilar Mosteiro, da Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade de Oviedo, Patrícia Baptista da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo e Margarida Abreu (ESEP), também investigadora do CINTESIS, entre outros.

Com formação em Enfermagem do Trabalho desde 1998, Elisabete Borges integra o grupo de investigação NursID, do CINTESIS. Trabalhou no Hospital Maria Pia e no Hospital Joaquim Urbano. Fez especialização em Enfermagem Comunitária, mestrado em Filosofia e doutoramento em Enfermagem. Professora adjunta da Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP), coordena desde 2013 o projeto “INT-SO: Dos contextos de trabalho à saúde ocupacional dos profissionais de enfermagem, um estudo comparativo entre Portugal, Brasil e Espanha”, que tem já uma base de dados com cerca de 3.500 participantes e um vasto trabalho nesta área.