O projeto Self-Stacked Systems, da responsabilidade de uma equipa de investigadores do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e do INEGI/FEUP, foi selecionado para o HiTechOne, um programa que ajuda a colocar no mercado as melhores ideias surgidas em contexto académico.
O objetivo deste projeto é a implementação de uma arquitetura de inteligência artificial desenvolvida com base num modelo concetual usado e adaptado por Sofia Ferreira Leite, psicóloga clínica e investigadora do CINTESIS na área da Inteligência Artificial e da Psicologia do Desenvolvimento.
Esta nova arquitetura de inteligência artificial, inspirada nas leis do desenvolvimento cognitivo, prevê a construção de estádios com o intuito de conseguir resolver problemas complexos de uma forma robusta e mais flexível.
“A flexibilidade é algo que tem sido problemático na inteligência artificial. Com esta arquitetura por blocos hierárquicos, vamos ensinar a máquina a refletir sobre si própria, avançar por estádios e a corrigir erros”, explica Sofia Ferreira Leite.
Como explica António Ramos da Silva (INEGI/FEUP), o outro elemento da equipa, nesta arquitetura o treino da máquina e a sua utilização não são divididos, mas simultâneos, numa interação “mais orgânica”, tal como acontece com os seres humanos, que aprendem ao mesmo tempo que tomam decisões complexas.
O demonstrador será agora implementado em cenários do mundo real a definir, sendo que o desejo é chegar rapidamente à área da Saúde. “Sentimos que é uma área mais delicada e que implica mais robustez. Além disso, existe uma série de condicionantes legais mais difíceis de ultrapassar. Mas esperamos estar a começar a trabalhar na Saúde daqui a cerca de um ano”, afirmam.