Um grupo de investigadores portugueses acaba de receber 50 mil euros para estudar se a severidade da COVID-19 nos indivíduos infetados pelo novo coronavírus (SARS-CoV2) está relacionada com o microbiota intestinal.
Intitulado “Gut Microbiota, “Spark and Flame of COVID-19”, o projeto é liderado por Conceição Calhau, investigadora do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e professora da NOVA Medical School-Faculdade de Ciências Médicas.
Este grupo de cientistas coloca “a hipótese de pessoas de grupos de risco já identificados terem em comum fragilidades ao nível do microbiota intestinal”. Essa poderá ser uma das razões que liga o estado de doença crónica à infeção.
Segundo Conceição Calhau, “o microbiota intestinal tem um papel determinante na imunidade, pelo que o perfil de bactérias presentes no intestino pode condicionar uma maior vulnerabilidade para a gravidade da doença”.
A equipa integra vários investigadores do CINTESIS e da NOVA Medical School, bem como a investigadora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) Cristina Granja, que será responsável pelo estudo nesta instituição.
O estudo irá incluir participantes com mais de 18 anos, que serão recrutados em várias unidades de saúde do país, designadamente o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), o Hospital São Francisco Xavier, o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, o Hospital Cuf Infante Santo, o Hospital Curry Cabral, o Hospital de São Sebastião, e Santa Maria da Feira, a Academia Cuf e o Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa.
Os resultados deverão sustentar e impulsionar o desenvolvimento de novas estratégias de intervenção, como serão o caso de prebióticos e/ou probióticos.
O financiamento foi atribuído pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), no âmbito da RESEARCH4COVID19 (30 mil euros) e pela Biocodex (20 mil euros).