O CINTESIS estará, durante as próximas semanas, em várias escolas do país para uma série de sessões que visam estabelecer pontes entre os investigadores e as instituições de ensino, fomentando a colaboração e o diálogo entre estes dois mundos.
A iniciativa decorre no âmbito do Programa Cientificamente Provável, da responsabilidade da Secretaria de Estado da Educação, através da Rede de Bibliotecas Escolares, e da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O público-alvo inclui alunos do 2º Ciclo, 3º Ciclo e Secundário.
As primeiras duas sessões estiveram a cargo da investigadora Cristina Santos, professora e investigadora do CINTESIS nas áreas da Bioestatística e Metodologia de Investigação Clínica. A especialista visitou o Agrupamento de Escolas do Cerco, no Porto, e o Agrupamento de Escolas de Rio Tinto nº 3, em Gondomar, onde explorou o tema da literacia mediática e científica e analisou alguns exemplos de notícias sobre ciência publicadas na comunicação social.
“É frequente encontrarmos notícias que começam por ‘Um estudo científico disse que’… Só que muitas vezes o que é dito na notícia em nada está relacionado com o que o estudo científico evidencia e isso tem até, por vezes, um impacto muito negativo na saúde das populações”, refere.
Com estas sessões, Cristina Santos espera que os alunos compreendam melhor a investigação clínica e o processo de comunicação dos resultados à comunidade científica e à população, mas também que tenham mais espírito crítico quando leem uma notícia num jornal, na televisão ou nas redes sociais.
“Se não formos capazes de questionar e avaliar o que nos é dito, ficamos reféns do que os outros nos querem transmitir e isso limita a nossa liberdade. É muito importante que toda a comunidade adquira cada vez mais literacia científica”, continua.
Para breve estão previstas mais sessões de investigadores do CINTESIS, desta vez do grupo PaCeIT – tecnologias e Inovação Centradas no Doente, que passarão pelo envolvimento da comunidade escolar em estudos de desenvolvimento e validação de aplicações móveis dirigidas a pessoas com doenças respiratórias.
Este grupo dedica-se em particular à capacitação dos doentes e das suas famílias para uma participação mais ativa e uma tomada de decisão partilhada com os profissionais de saúde no contexto dos cuidados prestados, no sentido de melhorar o controlo da doença e a aumentar a qualidade de vida. Entre os seus projetos mais recentes estão as aplicações mHealth, InspirerMundi, Allergy Diary e Allergy Monitor.
O Agrupamento de Escolas de São Lourenço, em Valongo, e a Escola Profissional de Fermil, em Celorico de Basto, estão na lista das próximas escolas a visitar, mas outras poderão vir a juntar-se-lhes no futuro.
De acordo com o gestor executivo do CINTESIS, António Soares, a Unidade está fortemente empenhada em concretizar a sua missão de envolvimento da sociedade na Ciência e está “disponível para acolher mais pedidos de colaboração e para promover todas as atividades relacionados com o crescimento de uma cultura científica”.
O Programa Cientificamente Provável tem como objetivo “intensificar a promoção do conhecimento e contribuir para o enriquecimento do percurso formativo dos jovens, estabelecendo formas de ligação mais estreitas entre as instituições de ensino superior e as escolas básicas e secundárias, com a intermediação das bibliotecas escolares”. Acredita-se que “este programa irá contribuir para desenvolver, nos jovens, competências de investigação, de comunicação e de literacia da informação, motivando-os para aprofundar os seus conhecimentos e prosseguir estudos superiores nas áreas dos seus interesses”.