“Mental Health Literacy: How to obtain and maintain positive mental health” é o título do editorial deste mês do “Frontiers in Psychology”, assinado por investigadores do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde.
Os autores, entre os quais o investigador Carlos Sequeira, sublinham que é tempo de passar dos artigos de opinião e dos estudos observacionais para outro tipo de investigação.
“As necessidades, sobretudo em crianças e jovens adultos, estão claramente identificadas e tendem a ser consensuais: há falta de literacia em saúde mental, apesar de a pandemia de COVID-19 ter aumentado a discussão sobre este tema”, dizem.
Nesse sentido, “é mandatório desenvolver intervenções para promover a literacia em saúde mental, bem como avaliar a sua eficácia, eficiência e custo-efetividade”.
Para os investigadores, a comunidade científica deve estar “comprometida” com este objetivo, mas não basta. Também “os governos e os decisores devem assumir um papel central nesta missão”.
Uma das propostas é incluir a saúde mental nas matérias lecionadas na escola. Outra é garantir a existência de um enfermeiro especialista em saúde mental e/ou um psicólogo em cada escola.
“Um investimento sério na literacia em saúde mental tem custos, mas irá certamente reduzir, por exemplo, as hospitalizações psiquiátricas no futuro, o que irá beneficiar não apenas a sociedade como a própria economia”, alegam.
O artigo tem autoria de Carlos Sequeira (CINTESIS@RISE e Escola Superior de Enfermagem do Porto), Francisco Sampaio (CINTESIS), Lara Guedes de Pinho (Universidade de Évora), Odete Araújo (Universidade do Minho), Teresa Lluch Canut (Universidade de Barcelona) e Lia Sousa (Instituto Superior de Saúde de Vale do Ave).