Liliana Mota, investigadora do CINTESIS@RISE e professora da Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha Portuguesa, venceu o Prémio de Investigação da Ordem dos Enfermeiros (Região Centro).

“Fiquei muito feliz com este reconhecimento, que muito me honra e orgulha, apesar de não ter tido a possibilidade de estar presente na cerimónia, fruto da minha condição clínica. Ficou o compromisso de, em 2024, ser eu a entregar o prémio ao meu sucessor”, reage a investigadora, já recuperada do problema de saúde que a impediu de comparecer.

O galardão contempla anualmente enfermeiros que se destacam na investigação na região. Liliana Mota confessa com que não estava a contar ser a escolhida. “Quando me disseram que me tinham atribuído o prémio, eu nem queria acreditar. Achava que essas distinções só eram dadas a pessoas com mais historial e experiência. Como ainda me considero muito jovem na investigação, era algo de que não estava à espera. Isto mostra que, se nós acreditarmos e trabalharmos com vontade e dedicação, é possível fazermos a diferença”, afirma.

De acordo com Liliana Mota, “o facto de ser investigadora no CINTESIS@RISE foi extremamente valorizado pela Ordem dos Enfermeiros e justifica este reconhecimento. A investigadora vê também este prémio como fruto do trabalho que tem desenvolvido, nomeadamente como coordenadora da unidade de investigação da ESSNCVP e como editora-chefe da Revista de Investigação & Inovação em Saúde, uma publicação jovem, mas que já conta com nove indexações internacionais.

Outro aspeto fundamental na atribuição desta distinção terá sido a sua capacidade de “criar apóstolos” porque “ninguém investiga sozinho”. É preciso, como diz, “criar uma equipa de seguidores para fazer mais e melhor investigação, uma investigação mais colaborativa e integrativa”, incluindo enfermeiros que estão na prática clínica, como foi o seu caso, entre 2004 e 2016, antes de enveredar pela dedicação exclusiva à docência.

“Essa é a filosofia do CINTESIS, que eu tenho tentado passar a outros, no sentido de uma maior aproximação dos contextos e das práticas clínicas. Os enfermeiros devem sentir-se parte integrante da investigação que está a ser desenvolvida e não meios para atingir um fim. Esta visão é extremamente diferenciadora, rompe com o que era feito anteriormente”, continua.

Para Liliana Mota, este prémio é ainda “um grande incentivo” para que mantenha “o caminho e o foco”. “A investigação tem um impacto indubitável na Enfermagem, mas também na sociedade para a qual trabalhamos, no âmbito de uma ciência cidadã. Isso é algo que muito nos enaltece e engrandece”, conclui.